Uma dança com séculos de história conhecida pela elegância e complexidade de movimentos. Embora as bailarinas profissionais comecem a praticar desde tenra idade, hoje existem muitas escolas que oferecem a quem nunca praticou ballet a possibilidade de experimentar esta arte e colher os benefícios que dela resultam, como a melhoria na postura e flexibilidade. O ballet tem como grande objectivo transmitir uma mensagem através da história que o corpo das bailarinas e a música que as acompanha contam em palco.
1.A postura típica dos bailarinos obriga a um alinhamento vertical do corpo. A anca, costelas, ombros e cabeça devem estar “empilhados” verticalmente sobre os pés e a coluna alongada. À posição das pernas com os pés apontados para fora, que é muito característica do ballet, chamamos en dehors, que significa literalmente “para fora”. O en dehors obriga a muito trabalho, já que a rotação das pernas tem de partir da anca e é sustentada maioritariamente pelos músculos da coxa, sem comprometer a postura. O trabalho conjunto de postura e en dehors dá aquela imagem de leveza e de “não-esforço” tão característica do ballet.
2.As sapatilhas de ponta são usadas maioritariamente pelas mulheres e permitem que a bailarina se equilibre apenas nas pontas dos dedos. Normalmente são em cetim, mas têm sempre uma parte rígida na frente, onde ficam os dedos do pé, e na zona da sola para dar algum suporte ao pé da bailarina quando esta está apoiada em pontas. Existem vários modelos de sapatilhas feitas de diferentes materiais, mas o mais comum é uma espécie de pasta de papel endurecida com várias camadas de cola. São feitas à mão e custam em média entre 50€ a 100€, o que se torna muito dispendioso para as companhias de bailado, que chegam a gastar acima de 5000 pares por ano. Para uma bailarina amadora, um par de sapatilhas de ponta normalmente dura vários meses, porque o uso é muito menos intensivo.
3. O ballet tem como objetivo comunicar com o público, contando uma história ou passando uma sensação, apenas com recurso a movimento, pelo que a música tem um papel fundamental. Nas aulas de ballet são usados diferentes estilos musicais para que os bailarinos desenvolvam uma sensibilidade à música e noção de ritmo que depois se possa transpor para palco. Embora a expressão seja trabalhada com todo o corpo (está intimamente ligada à postura), a expressão facial é muito importante, devendo estar de acordo com a música e coreografia.
4. Uma aula de ballet começa com trabalho na barra, em que os bailarinos aquecem o corpo e trabalham a técnica. Os exercícios têm uma ordem específica, progredindo dos mais simples para os mais complexos. No final da barra, começam exercícios no centro (sem a barra), começando por exercícios mais simples de técnica, para ajustar o equilíbrio, depois progridem para giros e finalmente saltos. No final da aula, é comum fazer uma reverência e alongamentos, para arrefecer e relaxar o corpo.
5. A técnica correta é fundamental para prevenir lesões. Por este motivo, mesmo os melhores bailarinos começam sempre o dia de trabalho com uma aula de ballet e só depois é que começam os ensaios para os espetáculos. Um bailarino profissional trabalha cerca de 8h por dia, entre aulas, ensaios e alongamentos. Já um bailarino amador pode treinar 2h ou 3h por semana, conforme a sua disponibilidade e vontade. Para fazer ballet de forma recreativa não é preciso uma condição física, idade ou aspeto físico específico, mas é natural que a prática regular leve a que a pessoa se torne mais forte e flexível, melhorando a postura.
