Uma marca de calçado portuguesa vegan que se propõe a “minimizar o impacto no meio ambiente e nos seres vivos que nele habitam”. Começaram por exportar maioritariamente para o mercado alemão, mas nos últimos anos os portugueses têm aumentado a sua ecoconsciência e procurado alternativas de vestuário amigas do ambiente. A NAE trabalha todos os dias na senda das melhores soluções para a indústria do calçado e acessórios.
Paula Pérez criou a NAE em 2008 tendo em vista, além de explorar a sua vertente de empreendedora, uma “alternativa ética e sustentável ao calçado existente, adoptando os princípios do veganismo à indústria do calçado”. A marca surgiu numa altura em que “pouco se falava do veganismo e muito menos de veganismo no calçado” e por isso provocou “alguma estranheza mas também muita curiosidade” no público que a recebeu. A melhor resposta foi, contudo, na Alemanha, onde a NAE Vegan Shoes conquistou os seus primeiros clientes. Pouco a pouco começou a estender-se a outros países”, conta a fundadora, Paula Pérez.
A aposta no calçado baseou-se na “forte indústria de calçado” do nosso país que se afigurou “um bom mercado para explorar a vertente do veganismo e sustentabilidade. Os acessórios, por seu lado, surgiram por arrasto uma vez que estão muito relacionados com o calçado”, explica. Há inúmeros desafios em criar produtos vegan, sendo o principal “encontrar a perfeição em cada desenvolvimento de produto. Ser 100% de origem vegetal, sustentável (quanto mais natural melhor), resistente, confortável e produzido localmente não é uma combinação fácil. É por isso que produzimos maioritariamente em Portugal, que os nossos sapatos passam pelo Centro Tecnológico do Calçado e que fazemos um trabalho exaustivo ao nível da pesquisa de materiais. Para nós, é muito importante apresentar produtos de qualidade”, salienta.
Pessoas cada vez mais conscientes e preocupadas
Ao longo da última década, o mercado tem vindo a transformar-se e a ganhar uma maior ecoconsciência. “Ao longo destes 13 anos, notámos uma diferença comportamental no mercado. As pessoas estão cada vez mais conscientes e preocupadas com a origem do que consomem, quer em termos alimentares, quer no que diz respeito à roupa que vestem. Nesse sentido, o mercado tem crescido e consequentemente a NAE Vegan Shoes acompanha esse crescimento”, revela. O caminho continua, assim, no sentido de atingir um dos principais propósitos da marca: “trabalhar todos os dias para apresentar as melhores soluções de calçado e acessórios, minimizando o impacto no meio ambiente e nos seres vivos que nele habitam”.
Para isso, contam com um leque específico de materiais 100% vegetais que “podem ir desde a fibra de ananás (Piñatex), Algodão Orgânico, Cortiça ou a Vegan Leather (mix de tecidos). Tentamos ser sempre versáteis e usar materiais distintos para servir vários tipos de consumidores”, elucida Paula Pérez. Exportam para o mundo inteiro mas o mercado alemão continua a roubar os holofotes. “Exportamos para todo o mundo com um enfoque especial no mercado alemão”, refere. Para o futuro, o maior objectivo é a consolidação enquanto marca de moda vegan e sustentável. Queremos dar continuidade à aposta na qualidade e conforto das nossas actuais linhas de produto e, ao mesmo tempo, abraçar outras linhas de produto com o objectivo claro de trazer ao cliente uma variedade maior de opções éticas e ecológicas”, afirma.
