Sofia Catarino e Sérgio Miranda são os fundadores da Pegada Verde que, no ano passado, quiseram dar mais um passo no caminho da sustentabilidade ambiental. À procura de um champô sólido que fosse adequado a um couro cabeludo sensível, acabaram por criar a NAUA, uma marca de cosmética natural, artesanal e vegan.
A sustentabilidade e a preocupação em reduzir o impacto ambiental das suas acções sempre teve uma “enorme importância” nas vidas de Sofia Catarino e Sérgio Miranda. A grande chamada de atenção viria, contudo, quando ambos viveram em Nova Iorque e “todos os dias saíam à rua e encontravam uma muralha de lixo à porta de casa. A quantidade de desperdício criada diariamente era impressionante e, quando voltámos a Portugal, vínhamos mais sensíveis ao tema da sustentabilidade”, diz Sofia Catarino. Era claro que queriam trabalhar nessa área e com marcas que “promovessem um estilo de vida saudável e permitissem a reutilização, mas também que fossem esteticamente apelativas para que quem as usasse tivesse orgulho em mostrá-las”. Assim nasce, em 2009, a plataforma Pegada Verde que tem levado o “foco da sustentabilidade” cada vez mais longe.

No ano passado, porém, um problema continuava a fazer-se notar para Sofia Catarino que precisava de uma solução definitiva. Em família, já estavam habituados a usar cosmética natural há vários anos e “sempre que possível apostavam na transição para versões sólidas de forma a evitar o desperdício de embalagens. Mas, infelizmente, tendo o couro cabeludo sensível, nunca encontrei uma solução de champô sólido que me satisfizesse completamente. Pensámos, então, que poderia ser interessante criar a nossa própria marca e tentar encontrar a fórmula ideal para o meu couro cabeludo sensível”, conta Sofia Catarino. Começaram a procura por “parceiros nacionais para desenvolver um produto 100% natural, artesanal, com ingredientes que encontramos facilmente na Natureza e com fórmulas simples” e desse processo resultou a NAUA – Natural Care.
Sentidos e sensações de conforto e bem-estar
Uma marca de cosmética natural, artesanal e vegan. “Existiam algumas marcas, muito menos do que agora, mas já existiam boas marcas. Não eram tão acessíveis nem tão fáceis de encontrar como acontece hoje”, conta Sofia Catarino, explicando que a NAUA, nome inspirado “nas embarcações que levam mais além e também na palavra indígena que remete para os povos e as gentes, caracteriza-se pelos ingredientes simples que facilmente encontramos na Natureza, transportando os sentidos numa viagem pelas origens e estimulando sensações relaxantes de conforto e bem-estar”. O primeiro produto que desenvolveram foi o champô sólido, nas versões para cabelos normais, secos e oleosos, e agora já contam com uma gama de “seis tipos de champô sólido, discos desmaquilhantes reutilizáveis feitos em Portugal, com tecido e etiquetas de algodão orgânico, pentes e escovas de madeira de cerejeira e faia e uma bolsa em algodão orgânico”.
“Os primeiros produtos são sempre os mais desafiantes, foram necessários muitos testes até chegarmos à fórmula que é para nós a de melhor qualidade”, recorda Sofia Catarino sobre o início de toda a viagem. Um ano depois, há best-sellers como os champôs sólidos e os discos desmaquilhantes reutilizáveis que continuam a fazer sucesso num leque de produtos sustentáveis desde a sua composição até ao embalamento. “Para nós, só faz sentido assim, uma solução sustentável completa, desde o princípio ao fim. Procuramos parceiros e fórmulas de produção sustentáveis e artesanais, finalizando com uma embalagem minimalista, 100% reciclável e sem qualquer ponto de cola”, diz Sofia Catarino. As vendas, com maior destaque no mercado ibérico, “têm correspondido às expectativas e o crescimento tem sido gradual” e já há intenções de desenvolver novos produtos. “Os planos passam por desenvolver produtos na área do cabelo, pele e corpo”, revela a fundadora da NAUA.

