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Cresceu a costurar na máquina da avó e a ver o pai a personalizar móveis, por isso não foi de admirar quando Sissi Louro Santos começou a revirar a decoração do quarto e a trilhar o seu caminho na Arquitectura de Interiores. Apaixonada por decoração, dedica-se a reformular casas, em especial quartos e salas, e faz Consultórios de Decoração na sua página de Instagram para esclarecer todas as pequenas dúvidas. Para Janeiro, prevê lançar um curso de decoração que vai dar as ferramentas base a quem tem interesse nesta área.

“Assim que consegui arrastar móveis, comecei a mudar o meu quarto de tempos a tempos”, diz Sissi Louro Santos, arquitecta de interiores que desenvolveu este bichinho desde cedo. Não surpreende, contudo, se conhecermos a “família criativa” que a levou a “experimentar manualidades diversas”, como o tricot, a costura, a pintura. Sissi divertia-se a costurar na máquina da avó, a arrumar as gavetas para surpreender a mãe e a ver o pai, desenhador técnico, a personalizar os móveis lá de casa. Além disso, o avô tinha uma empresa de construção, então “cresceu nas obras. Lembro-me de ir, bastante pequena, para as obras com a minha mãe. A empresa tinha obras pelo país, então ia com os meus pais, a minha mãe cozinhava para os funcionários e eu ficava ao lado no parquinho. Foi uma forma diferente de crescer”, afirma.

Um mundo que “estava no sangue”, embora Sissi sempre tivesse “gostado mais dos interiores do que da parte bruta da construção. Sempre fui mais dos detalhes, mesmo na adolescência fazia os meus próprios acessórios”, recorda. Mas quando chegou a altura de escolher um curso para o futuro, o estigma do “curso inferior” associado à Arquitectura de Interiores, que nem sequer estava inserida na Ordem dos Arquitectos, levou-a a optar pela Arquiectura. “Eu sabia que era diferente mas pensei ‘se calhar dá para fazer Arquitectura de Interiores em Arquitectura’. Mas as disciplinas são bastante diferentes. Na Arquitectura de Interiores, estuda-se a luz, as texturas, os tecidos, chega-se ao detalhe de desenhar o mobiliário; na Arquitectura, são as estruturas, a canalização, coisas mais técnicas. Por isso, mais tarde, fui fazer um curso de Decoração, porque sentia que me faltava esse conhecimento mais detalhado, dos tecidos, dos tipos de cortinados”, conta.

Interregno na Arquitectura para explorar Joalharia

Antes de se dedicar à Arquitectura de Interiores, porém, fez um interregno pela Joalharia. “Houve uma fase em que me desconectei da arquitectura porque fiz um curso de Joalharia e fiquei fascinada. Na arquitectura, não me agradava a ideia de conceber uma casa e esperar anos para ver o projecto materializado e na joalharia tem-se a ideia para um acessório e em horas ou dias consegue-se ter o objecto pronto a usar. Testei o mercado, a recepção foi óptima e, passados alguns meses, decidi deixar a arquitectura e dedicar-me à joalharia”, revela. A decoração, contudo, continuava a chamar, com pequenos projectos de remodelação para as pessoas mais próximas. Sissi ia resistindo até que 2020 trouxe uma pandemia que a fez repensar em tudo. “Quando veio a pandemia, fiquei em reflexão, a perceber os meus gostos, a minha capacidade de ajudar as pessoas, o que é realmente importante, e achei que com a Arquitectura de Interiores conseguia ajudar a melhorar mais a vida das pessoas do que com a joalharia”, afirma. A coragem de finalmente “dedicar-se a 100%” falou mais alto. “Achamos sempre que ainda não sabemos tudo o que devemos saber para poder avançar, mas é no movimento que vamos afinando e se não usarmos as ferramentas que temos, elas enferrujam. Este ano foi de um crescimento incrível”, conclui.

Agora, Sissi trabalha a sua paixão, que a acompanhou desde sempre, e ajuda as pessoas através da sua página de Instagram com Consultórios de Decoração. “Uma forma bastante fácil de poder responder a questões com dicas directas, acessíveis e fáceis de implementar. Existe o mito que a decoração é cara, que é preciso um grande investimento, que o que temos não serve, mas eu acredito em manter o que temos, transformar, às vezes basta reorganizar os objectos dentro da própria casa, um cadeirão que não funciona bem na sala pode funcionar no quarto ou um aparador que não funciona na sala pode funcionar como armário no quarto ou no corredor. Às vezes, dançar com os móveis é o que basta para conseguirmos optimizar a nossa casa e isso não requer um investimento financeiro, apenas requer tempo”, salienta. Mudar as coisas em casa traz uma “satisfação maior” com o espaço. “A decoração não precisa de ser um bicho-de-sete-cabeças nem um desfalque à carteira, pode ser bastante simples e divertida”, refere.

Quartos e salas são as remodelações mais pedidas

Entre os trabalhos que mais lhe pedem, está a remodelação de quartos e salas. “Os quartos muitas vezes ficam para o fim porque as pessoas pensam que é apenas um espaço para dormir. Ou então ou quartos dos filhos que por questões funcionais têm de estar sempre a ser mudados, eles crescem e é preciso adaptar o quarto à fase em que estão. No início brincam no chão, depois gostam de desenhar, depois construções, depois gostam de estar a um canto a ouvir música ou a jogar”, diz Sissi. Já a sala é o espaço “onde se passa mais tempo em família. Às vezes, sinto dificuldade em criar um espaço funcional e acolhedor que sirva os vários elementos da família. Além disso, a sala é também o espaço que, quando recebemos alguém de fora, queremos que seja bonito, onde se arrisca e se investe mais na decoração”, diz. Mas claro que tudo “depende de pessoa para pessoa. Temos de perceber o que é importante para cada um”, afirma.

Para Sissi Louro Santos, o importante são espaços “funcionais e versáteis. Gosto de uma mesa extensível na sala que é acolhedora para um grupo pequeno de pessoas mas também permite estender para receber um grupo maior. Gosto de um espaço que estimule a minha criatividade, com objectos de autor, fotografias, quadros, com alguma cor, e sobretudo luz, tanto luz natural como pontos de luz indirecta, luz quente para espaço de lazer e luz funcional para cozinhas. A eficiência da luz é um dos elementos mais importantes”, afirma, resumindo que os três componentes fundamentais de qualquer boa decoração são “a funcionalidade, a estética e a luz”. Em contraponto, um dos maiores erros cometidos pelos decoradores amadores é “a falta de noção de dimensão do espaço. Acontece bastante terem um sofá muito maior do que aquele espaço permite”, sublinha. Para Sissi Louro Santos, porém, a decoração não é “matemática. Há muitas regras mas eu gosto de abaná-las, não tem de ser tudo certinho, depende do que é importante para aquela pessoa e família”, diz.

Curso de decoração a caminho

Na sua própria casa, está sempre a “mudar o espaço onde está. Estimula-me, sinto essa necessidade, e gosto de ir partilhando”, afirma. A partilha nas redes sociais “dá segurança” às pessoas que a seguem. “As pessoas sentem segurança quando partilho transformações na minha casa, vêem o resultado final e se gostam e se identificam, recorrem aos meus serviços. Partilho também antes e depois de clientes e essa confiança aumenta porque percebem que os projectos não são todos iguais à minha casa, têm as características específicas do cliente. Eu não faço projectos catálogo, foco-me sim nos desejos, necessidades e gostos das pessoas que chegam até mim”, explica. Sissi faz serviços de consultoria em projectos de remodelação e decoração e embora sorrie ao desafio de um programa de decoração ao estilo Sissi Louro Santos confessa que seria “sair imenso da zona de conforto” e que talvez “daqui a uns anos” com mais experiência acumulada.

A curto prazo, prevê lançar um curso de decoração on-line. “Acho que pode ser uma óptima forma de chegar a mais pessoas. A decoração não é uma coisa estanque em que decoramos a sala e fica assim durante 30 anos. A decoração funciona naquela fase, mas a família vai mudando, as circunstâncias mudam, e se as pessoas tiverem ferramentas para conseguirem fazer pequenos ajustes sem terem de estar sempre a recorrer a um profissional, será mais fácil. O meu objectivo final é sempre que as pessoas transformem a casa no seu espaço favorito”, elucida. Quer dar “o máximo de autonomia” e não tem medo de com isso perder clientes. “Não vou deixar de ter clientes porque uma coisa não invalida a outra. Em remodelações ou para desenhar um móvel, um conhecimento de um pequeno curso de decoração não é suficiente”, diz.

Mas para “revirar” a casa é bom sítio para começar este curso aberto ao público previsto para Janeiro de 2022. “Quero que o grupo esteja em directo comigo para ter o feedback e ir ajustando às necessidades. Vai ser muito prático, quatro semanas, cada aula com trabalho de casa para no fim do curso terem um espaço da casa transformado. Às vezes, podemos passar horas perdidos no mundo do Pinterest, sem conseguir analisar as imagens que se adequam ao nosso espaço, vemos imagens muito giras mas a escala do espaço não tem nada a ver com o nosso. Muita gente diz ‘gosto de tanta coisa’ e o curso também tem esse objectivo, ganhar autoconsciência sobre o que gostam e o que é importante. A pandemia obrigou-nos a estar tanto tempo em casa que começamos a valorizar o nosso espaço”, remata.

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