Ao descobrir que estava grávida da primeira filha e querendo evitar as idas constantes às urgências que via acontecer com os filhos dos outros, Liliana Santos resgatou o conhecimento da avó sobre os benefícios que as plantas oferecem à saúde do ser humano. Na altura, a viver em França, o berço dos óleos essenciais, investiu em formação nesta área e começou, experimentando tudo o que aprendia, a ver resultados positivos nesta via alternativa. Regressada a Portugal, começou a ajudar outras pessoas a cuidar-se de forma natural e, encontrando uma lacuna no mercado, fundou o Instituto Português de Aromaterapia. Em casa, em vez da habitual gaveta de medicamentos que todos temos, Liliana Santos tem uma farmácia natural e é precisamente isto que nos ensina a construir no seu novo livro.
“Tudo isto começou muito cedo porque já vem das minhas raízes”, diz Liliana Santos, cuja família “sempre se cuidou com plantas. Enquanto criança, andava no meio da terra e tratávamos do corpo e das doenças através das plantas medicinais. Cresci e a ligação esbateu-se, mas em 2016 fiquei grávida e voltei novamente a estas raízes porque via as pessoas à minha volta a ir às urgências, com os miúdos frequentemente doentes, e pensava ‘como é que vai ser com a minha filha?’, se tivesse de passar por aquelas situações, queria saber o que podia fazer ao nível de soluções naturais”, explica. Naquela altura, estava a viver em França e aproveitou “o berço da aromaterapia e dos óleos essenciais que toda a gente utiliza” para explorar este mundo. “Comecei a despertar para os extratos naturais e de que forma me serviam e me podiam ajudar a lidar com as doenças. Assim, encontrei a versatilidade que procurava, algo que pudesse cuidar da minha família a nível terapêutico, mas não só, também se estendia a outros âmbitos, como detergentes para a casa, aromatizadores. Com os óleos naturais, podia fazer tudo para a minha família”, afirma.
Começa, então, a construir uma farmácia natural. “Comecei a procurar informação, a ler livros, a pesquisar na Internet, mas havia muita informação e alguma contraditória, então procurei formação, fiz workshops, vi palestras, ouvir falar muito sobre isto e comecei a perceber que era um mundo gigante. Fui evoluindo e cheguei ao ponto em que já tinha conhecimento para poder ajudar outras pessoas que inclusive me começavam a pedir isso mesmo porque se encontravam em situações de filhos doentes, baixas recorrentes e não sabiam como lidar com isso de forma natural ou prevenir que acontecesse de forma tão frequente. Perguntavam-me ‘Liliana, como consegues que a tua filha nunca tenha ido às urgências?’. Já tinha formação como aromaterapeuta, então comecei a ajudar de forma profissional”, refere. O aromaterapeuta, frisa, “não é só alguém que sabe usar os óleos essenciais, é alguém que sabe passar este conhecimento para outras pessoas e sabe lidar com a responsabilidade de aconselhar com vista a que utilizem os óleos de forma segura”. Iniciam-se assim as “consultas para famílias que precisavam de soluções naturais” para situações de prevenção ou tratamento de doenças, “recaídas ou contaminação de uns para os outros. “Comecei a fazer as minhas primeiras consultas, a acompanhar as primeiras famílias, e comecei a ver resultados. Quando somos só nós, é uma coisa, mas quando começamos a ver que conseguimos impactar outros é completamente diferente”, diz.
Além da própria experiência positiva, começou a constatar benefícios nos clientes
Os métodos que empregava funcionavam, as famílias começaram a “reduzir a automedicação a que recorriam facilmente quando estavam com uma constipação ou uma gripe. Começaram a surgir testemunhos que conseguiam estar meses sem que o filho tenha uma bronquiolite, sem que o filho tenha de ir a um médico ou a uma urgência, foi algo muito impactante para mim que me permitiu perceber que era por aqui o caminho. Comecei na aromaterapia para me ajudar a mim própria, mas hoje em dia já ajudo outras pessoas”, declara. Quando os pedidos para consultas individuais começaram a ser em maior número do que o tempo disponível para as mesmas, Liliana Santos optou por “trabalhar em grupos. Comecei a organizar a informação de forma a dar autonomia a estas famílias através de cursos on-line. As famílias estavam cada vez mais interessadas e algumas destas pessoas começavam a procurar formação profissional para poderem ajudar outros. Ora, formação profissional em aromaterapia em Portugal não havia praticamente nada, o que havia era apenas sobre saber usar os óleos essenciais”, lembra. Constatando que havia uma lacuna no mercado, dedicou-se assim a fundar o Instituto Português de Aromaterapia, “a primeira formação e certificação profissional” nesta área.
No seguimento de todas estas conquistas, Liliana Santos junta agora mais uma. Prosseguindo com o objetivo de qualquer aromaterapeuta, “avaliar as necessidades da família e ajudar com soluções naturais prontas a usar quando as situações surgem”, lança agora um livro que ajuda as pessoas a construírem nas suas casas a sua própria farmácia natural. “Seguindo os pedidos que me faziam de que ‘as pessoas cada vez mais precisam de soluções naturais’ e na sequência das formações que tenho dado on-line em que as pessoas começavam a aprender, mas depois não conseguiam ter as soluções prontas para usar quando precisavam delas, quis escrever este livro para trazer estas soluções que qualquer pessoa pode fazer em menos de um minuto”, explica. Todos temos, aponta Liliana Santos, em casa “uma caixa ou uma gaveta com imensa automedicação que utilizamos em SOS porque surge uma febre durante a noite, uma dor de cabeça, uma gripe e temos sempre qualquer coisa pronta a usar para tudo isso que podemos comprar em qualquer farmácia. Eu consigo transformar tudo isto em soluções naturais com o mesmo princípio, pronto a usar, caso surja uma febre, uma dor de cabeça, uma constipação, pingo no nariz, insónia, tudo isto é possível tratar com automedicação natural”, salienta.


Sem as contraindicações e com uma maior eficácia no tratamento
Os benefícios, garante, são imensos. “A utilização de ingredientes naturais que nos permitem conectar com a Natureza e garantir que não estamos a introduzir produtos de síntese no nosso organismo que a longo prazo são tóxicos para as nossas células. Os produtos síntese ajudam-nos, mas existem alternativas naturais que fazem o mesmo efeito. Quando pensamos num medicamento normal, como por exemplo o paracetamol, todos têm princípios ativos. Os óleos essenciais também possuem estes princípios ativos, mas de forma natural, extraídos das plantas. O meu objetivo é proporcionar conhecimento sobre estes produtos naturais para que não comecemos desde o nascimento a introduzir produtos de síntese nos nossos filhos”, elucida. Além de não prejudicarem tanto a saúde, ainda são mais eficazes, diz a aromaterapeuta. “Sendo natural, a eficácia é maior porque a nível celular o processamento é totalmente diferente. Os óleos essenciais vão integrar as nossas células por terem a mesma constituição, nós somos seres naturais, construídos pela Mãe Natureza, e os óleos essenciais são produzidos pelas plantas, existe uma integração celular totalmente diferente. Na automedicação convencional existem variadas acções que muitas vezes não conseguimos de uma forma tão simples, como a função antiviral ou antibacteriana, e muito facilmente as encontramos em óleos essenciais que permitem uma acção bastante rápida, eficaz e natural”, refere.
Tudo isto foi testado pela própria em diversas situações. “Acordar de manhã com uma dor de garganta, utilizar os óleos e à tarde já estar praticamente bem. Claro que, como a automedicação convencional, umas vezes tem um efeito mais forte do que outras, depende do estado do nosso organismo”, sublinha, alertando que “quando a situação não é resolvida com os protos naturais, devemos sempre recorrer à medicina convencional. A questão aqui é poder prevenir, atenuar constipações, gripes, passagens virais nas famílias, lidar com problemas do sono, baixar febres, dores de garganta, dores pré-menstruais, dores de costas, imensas situações da nossa vida familiar, com soluções naturais em vez da medicação convencional que estamos habituados a usar”, compara. Questionada sobre quantos óleos essenciais devemos ter na nossa farmácia, Liliana Santos responde: “Existem imensos óleos essenciais, sou apologista que não devemos ter todos porque muitos são semelhantes entre eles. Para iniciar uma farmácia natural, são necessários quatro óleos essenciais para lidar com as situações mais comuns. lavanda, que ajuda tudo o que seja relacionado com relaxamento e dor localizada; tomilho, um excelente anti-inflamatório; alecrim, óptimo a nível cerebral, mental, para atenuar a fadiga e aumentar o foco. E o quarto vai depender da família, do que ela necessita, pode ser por exemplo o hortelã-pimenta, que ajuda a nível de dores de cabeça e dores musculares”.
Construir uma Farmácia Natural em 21 dias
No livro, Liliana Santos guia os interessados em construir a farmácia natural através de um “passo a passo em que a própria família vai fazer a autoanálise e que vai perceber todas as situações que surgiram nos últimos 12 meses. A partir daí, percebe o que precisa de ter a nível de soluções naturais para cada elemento. A maioria das vezes, baseado nos últimos 12 meses, conseguimos preparar o que vai precisar nos próximos 12”, explica. A aromaterapeuta desmistifica qualquer preconceito com a noção de que não estão a inventar nada de novo, apenas a regressar ao que as nossas avós já praticavam. “Venho de uma família numerosa e humilde e eram precisas soluções para cuidar das crianças numa altura em que “não existia indústria farmacêutica desenvolvida como existe atualmente. A solução era recorrer ao que havia no campo. Recordo-me de me aleijar nas silvas, cair, quando ia para o campo, e lá vinha a minha avó com uma folha de sabugueiro ou outra planta. Lembro-me do chá de carqueja, pés-de-cereja, um ramo de alecrim ou tomilho. A minha mãe, que é a filha mais velha de 12 irmãos, fazia isto para os irmãos quando eles tinham dor de cabeça, dor de barriga, dor de costas. Todos se iam tratando e curando através das plantas e ainda hoje é o dia em que a minha avó vai ao campo buscar uma erva para tratar qualquer coisa”, conta.
Com os óleos essenciais, este potencial duplica. “Uma coisa é ir buscar a planta ao nosso quintal, colher, secar, fazer chá, aplicar na pele; mas quando usamos os óleos essenciais estamos a usar este extrato 100% concentrado, foram extraídas todas as moléculas terapêuticas que a planta produziu ao longo do seu crescimento para se cuidar a si própria e colocadas num frasco de óleo essencial a 100%. É um extrato muito poderoso que terá um efeito maior e mais rápido do que teria um chá ou uma aplicação tópica de uma planta esmagada. Não quer dizer que estas soluções não funcionem, mas o óleo essencial tem um efeito superior”, salienta. O primeiro livro de Liliana Santos, já à venda nas principais livrarias, transmite todo este conhecimento. “Com este livro, a minha intenção é garantir que em 21 dias qualquer família que queira possa construir a sua própria farmácia natural. Garante-se todo o percurso da aprendizagem do domínio da utilização e no final dou as fórmulas. O passo a passo está construído para transformação garantida e foi testado por 250 famílias. Temos testemunhos de pessoas que fizeram este processo. Testei antes de colocar tudo isto em livro para ver se o programa de 21 dias era possível e posso dizer que basta mesmo seguir os passos do livro, que está organizado em três partes: Domínio da Aromaterapia, Utilização e Preparação de Soluções Naturais. São mais de 100 soluções naturais, conseguimos garantir esta Farmácia Natural para todas as situações mais recorrentes que qualquer família enfrenta e que queira ter tudo pronto a usar”, remata.

