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Fabiana Saraiva, 32 anos, e Sandro Gomes, 39 anos, venderam carro e casa e partiram numa viagem à volta do mundo, com alguns interregnos pelo meio, naquela que é a lua-de-mel dos sonhos de qualquer casal que queira conhecer novos lugares. Emigrados em Londres há alguns anos, deixaram tudo para trás e, sem grande planeamento, vão desfrutando desta aventura que já conquistou milhares de seguidores nas redes sociais e algumas parcerias, abrindo caminho para um futuro na área da influência digital.

Sempre gostaram de viajar e foi fora do país que se conheceram. Emigrados em Londres, Inglaterra, Fabiana e Sandro cruzaram caminho e ele guardava consigo um sonho há muito desejado. “O Sandro seguia vários canais de Youtube de viagens, de pessoas que viajavam o mundo sem compromisso numa aventura inesquecível, e dizia-me muitas vezes ‘que sonho, quem me dera’. Eventualmente, respondi ‘se quiseres mesmo fazer isso, vamos poupar e tentamos’. Começámos então a poupar com aquele objetivo em mente”, conta Fabiana Saraiva. Família e amigos não os levaram muito a sério no início, atribuindo a ambição à apatia que a pandemia tinha provocado, mas quando eles venderam casa e carro, a aventura tornou-se real. “Eu sou um pouco desprendida, mas confesso que me custou o dia em que vendemos o carro. Ainda por cima estávamos a remar contra a maré, não era isto que víamos os nossos amigos a fazer, ninguém vende casas e carros com 30 anos”, diz, com Sandro a complementar: “Pelo contrário, amigos que foram connosco para Inglaterra trabalhar tinham acabado de comprar casa”. Chegaram a ponderar – “estamos a fazer a coisa certa?” – mas as dúvidas dissiparam-se assim que aterraram no primeiro destino.

O planeamento não foi muito rigoroso, pensaram nos países que gostavam de visitar e pesaram na balança, sobretudo, o orçamento e as restrições fruto da Covid-19. “O único requisito era serem países em que não fossem precisos testes nem quarentenas e, claro, países que queríamos visitar”, afirma Sandro Gomes. No topo da lista estava a Austrália, a Nova Zelândia e o Sudeste Asiático, mas devido à pandemia e ao fecho de fronteiras o primeiro país acabou por ser o Peru. “Adorámos as montanhas no Peru, já tinha visto Machu Picchu na televisão, mas nunca pensei que tivesse aquele impacto em mim, quando cheguei pensei ‘estou mesmo aqui’. Esta foi maior viagem que fizemos e a que menos planeei”, confessa Sandro, que normalmente planeia tudo ao pormenor. “Deixou-o um pouco frustrado não planear porque isso significava que quando chegávamos a um determinado sítio ele tinha de planear para o sítio que íamos a seguir”, revela Fabiana Saraiva. “Em vez de estar a aproveitar o tempo, tinha de planear, mas por outro lado mudar de planos de um minuto para o outro proporcionou momentos incríveis”, contrapõe. A ideia original não contemplava uma lua-de-mel tão longa, mas… “Quanto mais entusiasmados ficávamos, mais aumentávamos o tempo porque menos de um ano parecia-nos pouco”, refere Sandro Gomes.

Menos planeamento, mais espontaneidade

Deixaram-se “levar pelo inesperado”, foram conhecendo pessoas pelo caminho, residentes e turistas, e adaptaram o plano no decurso do tempo. “Não viajámos como viajávamos antes, com tudo planeado, nem vimos tudo o que queríamos ver, mas ganhámos experiências de vida marcantes, fizemos grandes amigos”, conta Fabiana Saraiva. De todos os momentos que viveram de mochila às costas, há um que se destaca. “O Natal que passámos no Panamá com a família que nos acolheu vai ser sempre especial. Foi a primeira vez que fizemos couchsurfing, ficar em casa de pessoas que não conhecemos, o que proporciona um conhecimento mais aprofundado dos sítios. Depois disso, fizemos couchsurfing no México e na Costa Rica, procuramos essa experiência de convívio com os locais para absorver a cultura de cada país”, explica. Viagens muito completas em que iam oscilando de estilo de alojamento consoante os lugares e em que aprenderam grandes lições. “Tivemos algumas peripécias. A experiência de couchsurfing abre-nos os horizontes e é preciso ter o mindset certo. Lembro-me que no México chegámos à casa da pessoa e apercebemo-nos que não tínhamos quarto privado. A senhora deu-nos a cama dela, uma cama de casal com lençóis usados. Em Mérida, ter uma cama é um luxo, eles habitualmente dormem em redes e mesmo assim abrem a porta e dão o melhor que têm. São peripécias que nos fazem crescer como pessoas”, comenta Fabiana Saraiva.

Outra peripécia, contudo, causou um transtorno maior. “Na Costa Rica, tivemos de voltar à fronteira porque apercebemo-nos mais tarde que apenas nos tinham atribuído 18 dias no país quando temos direito a 90”, conta Fabiana Saraiva. “A única solução foi sair, passar uma noite no Panamá e depois voltar a entrar na Costa Rica”, lembra Sandro Gomes. Países que na sua filosofia de “aproveitar a vida” e levar as coisas com calma contrastam grandemente com o mundo a que estão habituados. “Nós andamos sempre cheios de pressa e acabámos por desacelerar, fez-nos bem”, diz Fabiana Saraiva. “Nós preocupamo-nos muito em construir um bom futuro e eles apenas vivem o dia-a-dia”, complementa Sandro Gomes. Nestas viagens, são as pessoas que fazem a diferença. “As pessoas que conhecemos, as conversas à volta da fogueira a partilhar histórias de vida, é difícil explicar. Para perceber, temos de passar por isso”, conta Fabiana Saraiva, a respeito de uma das melhores experiências: subir a um vulcão na Guatemala. “A caminhada a subir ao vulcão custou muito, foi o maior esforço físico que fiz na vida, mas o nascer do sol acima das nuvens… Sempre pensei que a recompensa não ia valer o esforço, por mais bonito que fosse, mas estava completamente enganado, superou todas as expectativas”, sublinha Sandro Gomes, e Fabiana Saraiva acrescenta: “Ele não gosta muito de caminhadas, por isso para dizer que adorou, é porque foi mesmo incrível”.

Mundo das parcerias do Instagram abriu-se

A viagem tem sido partilhada na sua página de Instagram (Next Stop With Love), através da qual já conseguiram, inclusive, algumas parcerias. “Quando criámos a página, pensámos que seria para partilhar com as pessoas, mas íamos tentar, se o número de seguidores crescesse, arranjar parcerias. Durante a viagem, o nosso o drone caiu e pensámos que tínhamos perdido essa hipótese”, diz Fabiana Saraiva, sobre o incidente com drone que, nem com um mês de aventura, acabou por embater numa parede e cair do 13.º andar. O universo tem, no entanto, a sua própria agenda e precisamente na altura em que “as contas começaram a descambar”, surgiu a primeira parceria e com ela “um mundo que nem sabiam que existia e que nunca pensaram fazer parte porque achavam inatingível. Foi o empurrãozinho que precisávamos para continuar a viagem”, afirma. Com essa parceria, mais uma experiência “incrível” na Costa Rica onde, além de verem baleias, fizeram zipline. “Não íamos fazer porque era caro e foi a primeira parceria que nos surgiu e ainda bem que fomos, foi espectacular”, diz. A viagem possibilitou, ainda, cumprir mais um sonho de Sandro Gomes: vivenciar o Natal em clima tropical. “Estivemos numa ilha paradisíaca, em San Blas, no Panamá, e o Sandro queria usar um gorro de Natal nessas praias. As pessoas riam e metiam-se connosco, mas eu já ia com isso pensado, tinha comprado os gorros e levado na mala porque era um sonho dele”, revela. “Uma ideia que me ficou dos vídeos que via em pequeno do Pai Natal a fazer surf”, conta Sandro Gomes. O mundo do Instagram já lhes permitiu também “conhecer pessoas que fazem partilhas de viagens. É fantástico contactar pessoas de outras áreas, formações, em que a única coisa que temos em comum é o Instagram, aprende-se tanto com a troca de experiências”, refere.

As pessoas chamam-lhes “corajosos” e “inspiradores” e eles ainda se surpreendem com esses rótulos. “As pessoas dizem ‘vocês inspiram-nos’ e eu penso ‘estamos só a fazer uma viagem’. Talvez seja porque pessoas que ainda nem chegaram aos 30 já acham que é tarde para este tipo de aventuras e eu vou fazer 40 este ano e não paro”, brinca Sandro Gomes. Outro preconceito é que é preciso ter uma conta bastante recheada para uma decisão destas. “Dizem-nos ‘vocês viajam muito, são ricos”, mas é tudo uma questão de prioridades. Quando se quer muito uma coisa, a coragem vem. Mas tem de se calcular bem as coisas, estabelecer objectivos e lutar por eles”, frisa Fabiana Saraiva. Ambos concordam que é necessária uma rede de suporte. “Não é de um dia para o outro, é preciso planear, juntar dinheiro, reduzir custos. Não começámos do zero, já tínhamos um fundo. Somos malucos, mas não tanto”, diz Sandro Gomes. No fim disto tudo, pensam regressar a Inglaterra, apesar de ele não estar muito receptivo à ideia. “Tenho uma licença sem vencimento de 15 meses, em teoria tenho de voltar em Outubro, mas não estou muito entusiasmado. O ideal seria trabalhar lá e morar em Portugal. Trabalhar remotamente”, explica. “A nossa vida mudou tanto, as viagens mudaram-nos tanto, estamos abertos ao que possa acontecer”, refere Fabiana Saraiva. Em quatro meses percorreram seis países e agora estão no Vietname. Querem continuar a “usufruir dos sítios, conhecer o mundo e estar com outras pessoas”, ao mesmo tempo que “levam os seguidores a viajar com eles”, naquela que é uma aventura para “absorver tudo” e não apenas riscar itens da lista. “Descobrimos outro mundo dentro do mundo em que vivemos. Vale muito a pena, é uma experiência nos enriquece”, afirma Sandro Gomes.

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