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Ana Carolina Sampaio é mãe da Francisca, de 4 anos, e do Pedro, de 1 ano, e confessa que ainda gostaria de adicionar mais um membro à família. Uma mãe emotiva que fala das duas gravidezes e partos que em nada se assemelharam um ao outro, até porque o filho mais novo nasceu em pleno pico da pandemia Covid-19. O truque, conta, é viver tranquilamente o período de “lua-de-mel do bebé”, se possível sem visitas, e ter autocompaixão neste caminho que é muito “cansativo” mas, sim, é “a melhor coisa do mundo”.

“A maior parte das meninas tem o sonho de ser mãe e quando me tornei adulta comecei a pensar mais nisso. Logo que possível, engravidei, felizmente foi fácil”, conta Ana Carolina Sampaio, mãe de dois filhos, Francisca e Pedro. “Com o primeiro, leva-se tudo direitinho, a partir do segundo é um salve-se quem puder”, diz, rindo sobre coisas que dizia como “o meu filho nunca vai comer com o tablet à frente” ou “nunca vai comer chocolate antes dos dois anos. Entramos em modo sobrevivência e vale tudo. Regras básicas, claro, mas é aceitar. Por exemplo, a Francisca só viu um telemóvel mais tarde no seu crescimento, enquanto agora não conseguimos fazer isso porque o Pedro vê a irmã a mexer no telemóvel”, explica, acrescentando que “eles nasceram numa época em que as tecnologias fazem parte do nosso dia-a-dia e, desde que com conta, peso e medida, é possível ter o melhor dos dois mundos”.

Duas gravidezes muito diferentes, a segunda uma surpresa e um desafio principalmente pelo contexto de pandemia. “A primeira foi uma gravidez santa, gostei mesmo de estar grávida. A segunda fiquei grávida quando começou a pandemia e foi uma gravidez de muito stress, sempre com medo, isolei-me muito em casa, e tive diabetes. Estava muito tempo sozinha e já só queria mesmo que ele nascesse, não consegui sentir tanto o lado bonito da gravidez”, conta. Com dois filhos, Ana Carolina sente que a família ainda tem espaço para mais um. “Sinto que ainda não estamos completos. Naqueles momentos mais complicados, em que eles dão mais trabalho, penso ‘ai se eu tivesse outro como é que ia ser?’, mas a porta não está fechada, gostava de ter outro filho”, revela, dizendo, porém, que quer esperar que o filho mais novo cresça um pouco primeiro. “A Francisca e o Pedro só têm 2 anos e meio de diferença. Se tivesse outro, gostava de ter tranquilidade porque o amor multiplica-se, mas nós não nos multiplicamos. Ter de me dividir entre um e outro e a culpa quando dava atenção a um e não ao outro foi um dos grandes desafios que senti quando tive o segundo filho. Se tivesse outro, gostava que os mais velhos fossem mais independentes, pelo menos a questão do colo já não seria tão problemática”, refere.

Duas cesarianas e gerir expectativas

Na primeira gravidez, estava tudo planeado para ser parto natural, mas a vida tem uma tendência para ter os seus próprios planos. “Na primeira era suposto ser um parto normal e eu sonhava com isso. Não soube gerir as expectativas quando não consegui ter um parto normal e tive de ir para cesariana. Aquilo mexeu mesmo comigo, chorei até ao bloco, tive a cesariana a chorar, não conseguia controlar-me. Na segunda vez, como era muito próximo, nem se colocou a opção de parto normal”, afirma. As recuperações correram “muito bem”, apesar das histórias que tinha ouvido sobre recuperar de uma cesariana, mas para isto ajudou também o apoio da mãe, enfermeira-parteira. “Ajudou-me com o penso, tirou-me os pontos, contei com grande apoio da parte dela”, diz. A parte mais difícil? A amamentação. “O primeiro parto foi num hospital privado e o segundo num público. Se tiver um terceiro filho, vou para o público porque tive um acompanhamento no pós-parto muito melhor, especialmente no que toca à amamentação, senti-me mesmo amparada. Queria muito dar de mamar e não consegui da primeira vez. Da segunda já consegui porque tive uma equipa espectacular que não desistiu e que me deixava ir para lá as vezes que eu quisesse até o bebé aprender a mamar”, conta. A primeira gravidez pode ter corrido melhor, mas o pós-parto foi muito mais duro. “Contava que quando viesse para casa ia ter uma espécie de lua-de-mel com o meu bebé e foi tudo menos isso. Aquele primeiro mês foi muito difícil, em termos emocionais, eu chorava muito, do nada, sentia-me triste e depois sentia-me culpada por sentir-me triste. Uma série de situações que não correram como eu tinha sonhado”, lembra.

O segundo filho já não trazia esta novidade e, surpreendentemente, a pandemia acabou por assegurar um lado positivo neste aspecto. “Uma das coisas boas do contexto Covid-19 foi não ter visitas no hospital. Com a Francisca, tinha o quarto sempre cheio, e com o Pedro só tive o meu marido, de resto estava sozinha, e pude namorar o meu bebé. Mesmo quando regressámos a casa, em 2020, ainda ninguém estava vacinado, tivemos muito poucas visitas naqueles primeiros meses e isso permitiu-me ter o meu tempo e espaço para me habituar. Se eu tiver um terceiro, mesmo que não haja pandemia, vou perder a vergonha e pedir às pessoas para respeitarem este tempo que para mim foi fundamental para não voltar a sentir aquela tristeza e angústia”, afirma, deixando este pequeno conselho para as mães. “Termos tempo para nos adaptarmos ao bebé e não ter vergonha de pedir às pessoas. Da primeira vez, retraí-me, mas acho que as pessoas não teriam levado a mal. Se forem pessoas que se preocupam connosco, vão respeitar”, comenta.

O importante é que sejam felizes

Mais do que saber letras e números e serem um suprassumo do conhecimento, Ana Carolina preocupa-se que os filhos sejam felizes. “Passámos há pouco por uma situação com a mais velha em que ela chorava muito, dizia que estava triste e não sabia explicar porquê, foi uma angústia, meses muito complicados, até a mudámos de escola. Nestas idades, eles não têm de ter estas preocupações. Procurámos ajuda, ainda está a ser seguida por uma psicóloga e está muito melhor”, revela. Outro grande desafio da maternidade é “saber se estamos a criar bons seres humanos com bons valores. A educação para mim é bastante importante porque às vezes vejo outros miúdos e penso ‘não posso criar um filho assim’. Quero que os meus filhos sejam bons seres humanos na sua interacção com o próximo”, refere. Neste caminho de ser mãe, quase se esquece que houve um tempo em que era só ela. “Quase já nem me lembro da minha vida sem filhos. Há mesmo duas vidas, uma antes de ter filhos e outra quando eles nascem. Quando eles nascem já não trocávamos isto por nada”, salienta.

Francisca e Pedro ensinaram-na a “ser mais paciente, a gerir expectativas, a voltar a brincar, a gerir o tempo e a ter prioridades. Eu tenho de existir e ter tempo para as minhas coisas, mas também organizar o meu dia em função deles. Ensinaram-me sobretudo a não esperar que sejam de uma certa forma, eles são eles”, realça. Entre os seus momentos preferidos, está a altura de os ir buscar à escola. “Parece que já não nos vêem há dias e vêm cheios de saudades, principalmente o mais novo, quando me vê parece que está a ver Deus”, conta. Com Francisca, é especial o momento de a deitar e ler-lhe uma história. “Gosto de estar com cada um individualmente, principalmente com ela que já gosta de falar e contar o que fez durante o dia”, afirma. Até nas férias, sente a necessidade de algum tempo só para o casal, mas acaba sempre por levar os filhos atrás. “Ainda não fizemos férias sem eles porque antes de ir não consigo deixá-los e quando vamos passados dois dias penso ‘isto é tão difícil’. Mas o balanço acaba por ser muito bom. Fomos há pouco à EuroDisney com eles e eu adoro proporcionar-lhes novas experiências, culturas diferentes”, afirma. Como irmãos que são, “pegam-se” às vezes, mas no geral dão-se muito bem. “Quando vim da maternidade com o Pedro, vinha com aquela expectativa e o telefone a gravar para ver a reacção da Francisca. Ela quando o viu não lhe ligou nenhuma e no primeiro e segundo mês fazia birras para chamar a atenção. Mas a partir daí… Ela gosta muito dele, de o abraçar, e já nem tem memória de ser filha única. Quando ele acorda, a primeira pessoa por quem pergunta é ela”, conta.

Conta-me Tudo para registar memórias

Começou a página Mãe Conta-me Tudo no Instagram quando Francisca fez um ano com o intuito de “perpetuar” o amor pela filha. “Não sei como é que a minha mãe viveu o meu nascimento e tenho curiosidade, muitas coisas ela já não se lembra. Daqui a uns anos, os meus filhos terem a possibilidade de ver o meu fascínio por eles, acho que os vai deixar felizes. Criei a página com a vontade de ficar ali registado, mas acabo por ter outras mães que me contactam e me contam coisas do seu dia-a-dia, tem sido bom”, revela. Das palavras mais doces que a filha Francisca, agora com 4 anos, e o filho Pedro, de 1 ano, lhe dizem, guarda sobretudo o “mamã” dele quando a abraça no pescoço – “é claramente ele a dizer que me ama” – e dela uma das melhores frases que já ouviu de alguém. “A Francisca dorme com uma luzinha de presença e um dia acordou e disse-me ‘oh mamã, tu és a minha luzinha de presença’. Achei aquilo incrível, o significado, sou algo que está ali e a deixa sentir-se segura. Aqui em casa nunca passamos um dia sem dizermos que nos amamos. Algo que não se fazia na geração anterior à nossa, as pessoas até tinham vergonha de dizer que se amavam, aqui, nem que seja só à hora de deitar, um amo-te ou um adoro-te, o verbalizar é muito importante, sobretudo para as crianças, permite libertar os sentimentos mais facilmente”, refere.

Como dicas para futuras e recém-mamãs, Ana Carolina Sampaio recomenda, especialmente, autocompaixão. “Para os nossos filhos, vamos ser sempre as melhores mães. Nós duvidamos de nós, mas eles nunca duvidam, esse é o grande segredo”, diz, emocionada, prosseguindo: “Quando duvidarmos, lembremo-nos disto. Aquelas demonstrações de amor e carinho que nos dão são porque somos o melhor que eles poderiam ter. Se estivermos no meio de muita gente, somos a primeira pessoa com quem eles vêm ter porque somos o porto seguro deles”, afirma. Como todas as mães, diz que a maternidade é “muito cansativa”, mas, sim, “é a melhor coisa do mundo. Há alturas difíceis, mas depois também alturas em que pensamos que isto é tão bom que quero ter já outro”, afirma, entre risos.

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