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Susana Almeida criou a página ‘Ser Super Mãe é uma Treta’ porque no mar de conteúdos que populam as redes sociais, não encontrou a maternidade real que ela estava a viver. Começou a escrever sobre o lado menos cor-de-rosa de ser mãe, o que funcionou como um antidepressivo natural e, ao mesmo tempo, um incentivador para outras mães que passavam pelo mesmo. Com dois filhos, Mariana, de 9 anos, e Tiago, de 7, e um do coração, Gabriel, de 17, é muito protectora do espaço da família e como conselho para as mães aponta: “protejam-se das pessoas tóxicas”.

Quando era mais nova, “queria muito ser mãe”, mas os anos foram passado e “sem um relacionamento estável que justificasse esse projecto de vida a dois”, foi deixando a ideia para trás. “Quando conheci o meu marido e fomos viver juntos, voltou a fazer sentido”, conta Susana Almeida, cuja experiência com a maternidade começou com o enteado Gabriel, na altura com três anos. “Tem sido com ele que vamos chegando às etapas primeiro, quando chegarmos com os outros dois já temos experiência”, diz, deixando clara a sensibilidade necessária a esta relação. “Antes de ser mãe, fui madrasta, há tendência para romantizar esta relação, mas ela não é nada romântica, exige um trabalho diferente. Somos uma família já com uma parte importante desde o início, todas as nossas decisões, projectos, escolhas sempre foram feitas em função de sermos três e não dois. É algo que ou estraga uma relação, se não conseguirmos acompanhar, ou a fortalece, e connosco foi o último caso”, refere.

Para Susana Almeida, “a maternidade é um constante exercício de humildade” e aprendeu, desde cedo, “a nunca dizer nunca. Os nunca dizem-se antes de sermos mães. Olhar de fora, para os filhos dos outros, ou para como as mães vivem a maternidade, é muito fácil. Podemos ter uma série de opiniões sobre como a pessoa poderia ou deveria viver, mas depois aquilo não lhe assenta porque a vida dela não tem nada a ver com a nossa. O que sei é sobre a minha realidade e às vezes nem sobre essa sei muito. Ninguém nasce a saber ser mãe, temos de ter a humildade de dizer ‘achava que o meu caminho era por aqui, tentei, não deu, vou mudar para outro’. Não temos de saber tudo, nem de ser suprassumos”, frisa, lembrando os preconceitos que tinha, por exemplo, sobre as birras. “Olhava para uma criança a fazer uma birra e achava automaticamente que era mal-educada. Claro que há crianças mal-comportadas e difíceis de controlar, mas atribuía a culpa das birras sempre aos pais e olhava com alguma sobranceria, pensando ‘não consegues controlar essa criança?’. Hoje, penso ‘eras um bocado estúpida com esses julgamentos’, até porque a minha filha é muito birrenta. As birras não são só fruto da educação. Felizmente, os meus filhos nunca fizeram grandes espectáculos na rua, mas podiam ter feito e eu iria sentir-me tão impotente como sei que muitas mães se sentem”, afirma.

Duas gravidezes com dois anos de diferença

Aos 33 anos, descobre que está grávida da filha Mariana, hoje com 9 anos, naquela que foi uma gravidez “assustadiça. Tinha sofrido um aborto antes, tinha estado grávida e perdido o bebé aos três meses, e lembro-me que naquela altura considerei tudo o que me poderia acontecer durante a gravidez, mas nunca o aborto. Quando fiquei grávida da Mariana, estava sempre com medo e só respirei quando ela nasceu. Pensei ‘está aqui, está tudo bem, já chegou’. E depois começou a aventura da maternidade”, diz. Dois anos depois, veio o filho Tiago, hoje 7 anos, “uma gravidez inesperada, desejada, mas não planeada” que a deixou muito cansada. “Eles fazem diferença de dois anos e a Mariana era muito pequena, a precisar de muita atenção”, recorda. Ao contrário das mulheres que vivem gravidezes “abençoadas em estado de graça”, Susana Almeida “não gostou de estar grávida. Doíam-me as costas, não conseguia dormir, não sabemos o que se está a passar com o bebé, queremos que se mexa, mas depois mexe-se demais, e são muitos meses, demora demasiado tempo”, enumera. A segunda gravidez foi mais “tranquila”, mas despoletou novos medos. “Questionava-me se iria conseguir amar os dois da mesma forma, mas esse medo desaparece quando o amor chega e percebemos que não faz sentido”, revela.

Muitas questões ligadas à maternidade que Susana Almeida não via espelhadas nas redes sociais quando decidiu criar o Ser Super Mãe é uma Treta, incentivada pelo marido que sabia o quanto ela gostava de escrever. “Havia uma forte componente publicitária, muita gente a promover papas, fraldas, roupa, e as marcas não queriam quem tecesse críticas sobre a maternidade. Lembro-me que houve uma blogger que escreveu sobre uma birra que os filhos tinham feito e alguém perguntou se ela não achava feio expor os filhos sobre aquela questão. O que havia nas redes sociais era uma imagem da maternidade que eu não vivia, fotografias e descrições fofas, e tudo o que ia contra a corrente era alvo de julgamentos como ‘tu não podes ser boa mãe se dizes isso, não gostas dos teus filhos, estás cansada, mas é por um bem maior’. Há a ideia que, se te queixas, tiras pontos ao amor que tens pelos teus filhos, o que é errado. Agora já está melhor, foram aparecendo outras bloggers, a conversa expandiu-se, mas de vez em quando ainda surgem pessoas com esses comentários”, aponta.

Amamentação, um campo minado de opiniões

Nesse âmbito, um dos grandes ‘campos minados’ é a amamentação. “Quando deixei de amamentar a minha filha, comentei com uma amiga e a primeira coisa que ela me disse foi ‘oh, desististe?’. E eu respondi-lhe “Desisti de quê? De alimentar a minha filha? Não, apenas encontrei um caminho melhor para as duas. Amamentar não era bom para ela, que não mamava, e não era bom para mim, que me sentia frustrada e culpada’. Eu tinha a ideia preconcebida que amamentar era natural, era só pegar na criança, pô-la na mama e já está. De todas as questões que eu achei que podiam correr menos bem, essa não era uma delas. Mas não correu nada bem”, lembra Susana Almeida. Valeu-lhe o conforto de ter um pediatra que a apoiou em qualquer decisão. “Se não tivesse tido um pediatra que sempre colocou as decisões do nosso lado, dava caminhos e dizia ‘você é que sabe como se sente e como está a correr’, e se não tivesse tido o apoio do meu marido… Aquele primeiro mês foi horrível, a Mariana não mamava bem, tinha perdido imenso peso, ao fim de uma semana já estava a complementar com leite adaptado. Eu estava mesmo obcecada, pesava a minha filha várias vezes por dia. Ela era um ratinho, 2,700kg, e eu estava sempre a olhar para ela, parecia-me cada vez mais pequena. Fisicamente recuperei rápido do parto, mas psicologicamente aquele período foi muito desgastante”, recorda.

Os conselhos não solicitados não ajudaram. “Cheguei a ter o meu pai, um homem, a dizer-me ‘não deves estar a pôr a miúda bem a amamentar’ e eu tive de responder ‘tu nunca amamentaste na vida, não sabes o que é isto’. Este tipo de situações faz com que haja mães que dão por elas em ambiente muito tóxicos, com pais, sogros, tios, amigos, que visitam num momento tão frágil da vida delas e dão as suas opiniões, e se elas não tiverem a força, que às vezes não temos, de dizer ‘isto é comigo’, e se não houver um marido que as apoie nesse momento, que diga a quem for ‘não te metas’, as depressões pós-parto, aliadas à questão hormonal, acabam por surgir”, aponta Susana Almeida, que ao fim de um mês de tentar amamentar a pequena Mariana tomou a decisão de passar a dar apenas leite adaptado. “As pessoas diziam-me ‘podias ter feito isto ou aquilo’, mas eu só queria resolver o problema. Há muito a ideia que quando as mães não amamentam são egoístas, mas o importante é o bebé estar alimentado. Temos, sobretudo, de perceber que as escolhas de uns não impactam a vida dos outros. Eu ficava estupefacta com certas coisas que lia nas redes sociais, pensava ‘estou a falar dos teus filhos ou dos meus filhos? das minhas escolhas ou das tuas?’. Mas cada vez há mais abertura, as mães sentem mais liberdade para falar, expor-se, muitas dizem-me ‘obrigada por falares porque abres caminho para que nós também o possamos fazer’ e isso tem sido muito bom”, revela.

Duas cesarianas e muito cansaço

Dois partos de cesariana, o primeiro de fácil recuperação, “já andava a montar camas uma semana depois”, o segundo mais difícil porque tinha passado pouco tempo desde o anterior. “Tive muitas dores, foram três semanas até conseguir voltar ao normal, e foi uma altura muito cansativa. Com o Tiago, a amamentação correu melhor, amamentei até aos cinco meses, mas a Mariana era pequena então eu, sozinha com os dois em casa, estava a amamentar o bebé e a ela pedia atenção, subia aos móveis. E ainda por cima decidi fazer-lhe o desfralde nessa altura, enfim… Foi muita coisa junta”, lembra. Susana Almeida conta que sempre se “preocupou com o momento do parto porque ou é um processo cirúrgico ou é um pouco selvagem”, mas no caso dos filhos nenhum dos dois se posicionou para sair de parto natural, por isso a cesariana era a única opção. “Quando o obstetra me disse que a Mariana não tinha dado a volta e íamos marcar cesariana, entrei em pânico e fui para a Internet ler tudo. Encontrei coisas horríveis, claro, mas depois encontrei um site de um hospital com o passo-a-passo de uma cesariana e aquilo tranquilizou-me, senti que tinha algum controlo ao saber aquela informação”, conta.

Susana Almeida sente que “cresceu muito nos 14 anos que está numa relação e nos 9 anos que é mãe. Sou muito focada na família, muito ciosa do nosso núcleo e do que construímos, fico na nossa bolha e não me sujeito à opinião de terceiros”, afirma, não escondendo que ainda tem “muitas dúvidas e sabe que erra muitas vezes. Tem sido uma aprendizagem, vamos aprendendo juntos, eu a ser mãe e eles a serem filhos”, refere. No papel de mãe, entra inevitavelmente a culpa.  “Quando nasce uma mãe, nasce uma mãe cheia de culpa. Fazem-nos acreditar que tudo é culpa nossa e temos de fazer um trabalho muito pessoal de ‘deixa lá, amanhã fazes melhor, hoje gritaste, amanhã dás um abraço, estás cansada’. A sociedade em vez de nos dizer que podemos ser tudo o que quisermos, diz-nos que temos de ser tudo, espera-seque a mãe saiba tudo e faça tudo. Ninguém diz ‘a culpa é do pai’, ninguém diz ao pai coisas que dizem às mães, ‘vais pôr os miúdos nessa creche? vais dar essa vacina?’. Todas as decisões das mães são questionadas. Sempre que falo de culpa, não vejo homens a dizer que se sentem culpados, só mulheres.  As mulheres trazem inevitavelmente para elas muita da responsabilidade e do peso da parentalidade no seu todo, e elas próprias muitas vezes nem deixam os homens intrometer-se, ‘não sabe dar banho, não dá papa, nem veste como eu’, é algo que também temos de trabalhar”, frisa.

Boa base mental e confiança em si próprio

O ideal, diz Susana Almeida, é ter “uma boa base mental, confiança nas mães que somos e o apoio de quem vive a parentalidade connosco”. Importante, também, é viver além da maternidade. “No fim-de-semana passado, os meus filhos ficaram com os avós e eu e o meu marido fomos passar o fim-de-semana fora, jantámos fora, conversámos sem miúdos, dormimos até de manhã, viemos revigorados e eles passaram o fim-de-semana no mimo da avó com tudo o que quiseram. Isto é muito importante porque se eu não estiver bem, eles também não estão”, comenta, sublinhando que é importante a mulher “não se anular. Continuo a gostar de ir ao cinema, ler, ver televisão, beber um copo de vinho, conversar, continuo a ter as minhas ambições. Há muita gente que diz ‘agora as crianças são pequenas, depois tens tempo’, mas eu não sei se terei tempo e não vou parar a vida agora. Faz falta as mães perceberem que não é um crime valorizarem-se a elas mesmas, não desvaloriza o amor que têm pelos filhos. É um acto de amor ser eu além da maternidade”, afirma.

Os filhos ensinam-lhe muito, como reciclar ou como ter calma quando a paciência falta, e ela tenta ensinar-lhe sobre valores importantes. “Tanto um como o outro são crianças muito respeitadoras do outro, não dizem mal nem maltratam, e temos trabalhado para que também se saibam defender e não deixem a autoestima ser abalada. Quero que sejam sempre livres de serem quem são em qualquer lugar, que se tornem bons adultos, íntegros. Acredito que as crianças precisam de poucas coisas: sentir que são amadas pelos pais, sentir que eles as protegem de quase todas as situações possíveis e sentir que podem ser livres para serem elas mesmas, não têm de mudar para se enquadrar nem ir atrás dos outros”, enumera. As crianças são “esponjas” que aprendem com os exemplos à sua volta. “Absorvem influência dos pais, professores, amigos, redes sociais, e mais tarde começa a necessidade de validação para serem aceites. Acaba por ser uma mistura, os pais têm um grande peso, mas somos feitos de muita coisa. Crescemos com as bases que os nossos pais nos deixam, mas depois tornamo-nos mais do que isso. É darmos o melhor e ter fé”, refere.

Filhos felizes é a principal preocupação

O mais importante, para esta mãe, é que os filhos sejam felizes. “Quando eles são bebés, é tudo mais simples, estão no ninho e controlamos aquilo a que estão expostos. Quando vão para a escola e lidam com outras crianças, os nossos filhos começam a passar por alguns momentos de tristeza e não há nada mais duro do que isso porque muitas vezes não há nada a fazer. Coisas de miúdos, ‘a minha melhor amiga já não quer ser minha amiga’, não sei lidar com isso. Engulo, respiro fundo, converso com eles, mostro-lhes que aquele comportamento não é correcto, mas é difícil. Aquilo que me assusta é que eles quebrem, que sejam crianças tristes, sem autoestima, deprimidas, é avassaladora a tristeza dos nossos filhos. Uma vez, perguntei à minha mãe ‘como é que gerias isto?’ e ela respondeu-me ‘ainda hoje me preocupo com a vossa felicidade’, e eu já tenho 42 anos”, refere Susana Almeida, dizendo que com os filhos aprende a “ter mais paciência, a viver mais, a rir, a disparatar, ensinam a leveza que às vezes não há na correria do dia-a-dia”.

Na correria e nos estereótipos de que as mães são alvo. “Tenho muita dificuldade com o conceito de parentalidade positiva porque as crianças não são todas iguais. Eu tenho dois e são completamente diferentes”, atira, salientando que “a generalidade dos pais e mães faz o melhor que consegue. Essas filosofias são de quem tem demasiado tempo livre, de quem tem uma vida mais fácil que a maior parte das pessoas que saem de casa muito cedo para trabalhar e têm preocupações práticas como vestir o filho e pôr comida na mesa. Para mim, parentalidade positiva é fazer o melhor possível para cada um”, refere. Outro preconceito são as mães que ficam em casa e não têm o direito de dizer que estão cansadas. “Quando uma mãe diz que está em casa as pessoas associam àquelas mães americanas que depois vão correr, vão às compras, mas o dia tem muito pouco tempo para mim. Estou com eles em casa de manhã, dou apoio nos trabalhos da escola, preparo o almoço e o lanche, vou levá-los à escola, vou busca-los ao final da tarde e seguimos para as actividades. Uma mãe está sempre cansada, seja aquela que os deixa na creche às 7h30 e vai buscar às 18h30 e anda sempre a correr, seja aquela que está em casa e tem de garantir que tudo funciona e não falta nada”, afirma.

Ser Super Mãe é uma Treta já tem quatro anos de partilhas que serviram como antidepressivos naturais e espaço para falar de temas que não eram abordados e Susana Almeida fica surpreendida com o conforto e a abertura que acaba por proporcionar aos outros. “O feedback foi tão bom e inesperado, comecei a perceber que há uma comunidade de mães que se sentiam sós, erradas e culpadas. Eu comecei por escrever para mim, de forma egoísta, porque sempre gostei de escrever e porque a escrita é uma libertação. Escrevo a minha verdade, a minha realidade, nunca no sentido de dizer a ninguém o que deve fazer, mas que por gerar nas caixas de comentários diálogos interessantes entre as mães e isso é muito importante. Alguém dizia ‘espero que tenha noção do bem que nos faz’ e eu repeti o mesmo de volta, sinto que não estou sozinha”, revela. Como conselhos para outras mães, deixa alguns: “O que as recém-mães mais precisam é de se afastarem das pessoas tóxicas e criarem uma bolha de segurança à volta das suas decisões. Tenham confiança em vocês mesmas porque o instinto maternal é uma bússola que nos guia. Cuidem das vossas crianças para que cresçam saudáveis, mas cuidem também de vocês, da vossa cabeça, dos vossos interesses, do vosso corpo, mas sem serem demasiado exigentes achando que têm de controlar tudo. Consigam o mais importante no momento e o amanhã logo se vê”.

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