Um novo museu que abrilhanta a capital com as peças da ourivesaria real portuguesa. Localizado no Palácio Nacional da Ajuda, confere morada permanente a mais de mil peças de valor patrimonial inestimável, desde insígnias a moedas, símbolos de poder a objectos de luxo.
O novo programa de Verão inclui uma visita ao recentemente inaugurado Museu do Tesouro Real. O espaço, situado na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, acolhe as jóias da Coroa e peças da ourivesaria real portuguesa pela primeira vez expostas ao público. O acervo único de valor patrimonial inestimável inclui mais de mil peças entre raras jóias, insígnias e condecorações, moedas e peças de ourivesaria civil e religiosa, como a coroa, a laça de esmeraldas de D. Mariana, aquela que se pensa ser a segunda maior pepita de ouro do mundo ou a caixa de tabaco encomendada por D. José ao ourives do Rei de França, no séc. XVIII, e que a amante de Luís XV não queria deixar sair de Paris. Símbolos de poder e objectos pessoais de luxo, representam uma das mais importantes colecções mundiais pela sua dimensão, raridade e qualidade e contam a história de Portugal vivida a partir do Palácio Nacional da Ajuda, a casa dos últimos reis de Portugal. O espólio está instalado numa das maiores caixas-fortes do mundo, com três pisos, munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, portas blindadas de cinco toneladas, vitrines com controlo de temperatura e humidade e vidros à prova de bala.
A exposição permanente foi pensada em 11 núcleos numa abordagem aprofundada sobre a origem e percurso das peças que os compõem. Os núcleos dividem-se em: Ouro e Diamantes do Brasil, Moedas e Medalhas da Coroa, Jóias de antiga pertença da Coroa, Ordens Honoríficas, Insígnias Régias: Objectos Rituais da Monarquia, Prata de Aparato da Coroa, Colecções Particulares, Ofertas Diplomáticas, Capela Real, Baixela Germain e Viagens do Tesouro Real. A totalidade do projeto (que incluiu a obra de remate da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda e a requalificação do espaço público na Calçada da Ajuda) exigiu um investimento de 31 milhões de euros, maioritariamente viabilizado pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa (18 milhões de euros). O Ministério da Cultura/DGPC investiu quatro milhões e 800 mil euros e a Associação Turismo de Lisboa investiu nove milhões de euros. O projeto é da responsabilidade da Direcção-Geral do Património Cultural (arquitecto João Carlos Santos) e do Palácio Nacional da Ajuda e a execução ficou a cargo da Associação Turismo de Lisboa, por incumbência da Câmara Municipal de Lisboa. O Museu Tesouro Real realça o papel das peças expostas ao serviço da monarquia nas funções cerimoniais de representação do poder régio, na devoção real, na atividade diplomática e no coleccionismo oitocentista.