A cidade de Matosinhos conta, desde Agosto, com o MuMMA, um museu que oferece uma viagem desde a pré-história até à actualidade. Além de estar situado num dos edifícios emblemáticos da cidade e de conter alusões a vários momentos da história de Matosinhos e testemunhos de cidadãos locais, o Museu destaca-se pelo seu cunho interactivo, disponibilizando aos visitantes a possibilidade de se teletransportar, através da realidade virtual, para vários espaços da cidade.
Inaugurado em Agosto do ano passado, o Museu da Memória de Matosinhos (MuMMA) é o novo inquilino do Palacete Visconde de Trevões, um edifício centenário, antiga residência do visconde que lhe dá o nome e espaço da memória colectiva de tantos matosinhenses que frequentaram valências outrora lá instaladas como a Escola Industrial e Comercial de Matosinhos e a Biblioteca Municipal. O palacete insere-se no coração do centro cívico e cultural da cidade, compondo assim, junto aos Paços do concelho, “um quarteto de espaços culturais modernos, que inclui a biblioteca, a galeria municipal, a casa do Design e, agora, o MuMMA”, diz a direcção do Museu.
O Museu propõe-se a ser o “ponto de encontro entre o passado e o presente de Matosinhos”, abarcando o período “desde a pré-história até à actualidade”, mas focando-se sobretudo “nos últimos 150 anos, período em que Matosinhos teve um enorme crescimento económico, industrial, urbano e social”. O visitante poderá explorar obras de arte, documentos, objectos de valor histórico e artefactos arqueológicos que retratam memórias do território e também do primeiro proprietário do edifício, Emídio Ló Ferreira. Dentro do MuMMA, encontram-se “achados arqueológicos do Paleolítico Inferior (800 a 200.000 AC), das primeiras comunidades humanas que habitaram o território, a carta do Rei D. Manuel II que atribui o título de Visconde de Trevões a Emídio Ló Ferreira e a chave do cofre com o discurso da rainha D. Maria II, proferido no lançamento da primeira pedra do Obelisco da Memória, alusivo ao desembarque das tropas liberais em Matosinhos, que antecedeu o histórico Cerco do Porto, no século XIX”.
Além das exposições permanente e temporária e de actividades como visitas orientadas, ateliês de exploração do edifício e iniciativas para famílias, o MuMMA inova ao oferecer aos visitantes uma incursão pela realidade virtual. “O público poderá utilizar diversos equipamentos tecnológicos como óculos de realidade virtual, tablets, monitores touch ou computadores para explorar os conteúdos do Museu. Destacamos uma visita virtual por 15 locais de Matosinhos, através de óculos especiais, em que se vê a 360º locais como a lota, uma fábrica de conservas, um rebocador no Porto de Leixões ou se pode até navegar nas águas em cima de uma prancha de surf”, enumera o Museu. Ainda, uma maquete interactiva do concelho, com videomapping da evolução de Matosinhos desde a pré-história até hoje e uma projecção imersiva da história do Rio Leça e do seu estuário, do período da Romanização do Castro de Guifões e da construção do Porto de Leixões.
O Museu, que já recebeu mais de 3000 visitantes desde a sua abertura, não esquece os matosinhenses, presentes através de testemunhos de várias áreas da sociedade, que podem ser pesquisados e visionados pelos visitantes. O próprio visitante tem a possibilidade de, na sala das Memórias na Primeira Pessoa, gravar em vídeo o seu testemunho pessoal para integrar o arquivo do Museu da Memória de Matosinhos. Com a abertura do MuMMa, “a Câmara de Matosinhos quer valorizar a memória histórica e patrimonial do território de Matosinhos, cruzando-a com as memórias individuais dos seus habitantes, visando o reforço da identidade e a promoção da cidadania numa concepção museográfica marcadamente interactiva com recurso às novas tecnologias”.