30Por1Linha é a associação cultural e ambiental do Médio Tejo que pretende desenvolver em todos uma consciência coletiva da importância da preservação e respeito pelo habitat natural de cada ser vivo. Responsáveis por uma série de atividades ao longo dos seus sete anos de trabalho, organizam passeios interpretativos, promovem observação das aves e almejam por um mundo em que cada cidadão faça a sua parte pelo planeta.
Um grupo de amigos juntou-se e decidiu fazer mais pela região de onde eram naturais, o Médio Tejo, propondo-se a revitalizar e fortalecer a cultural oral, através de histórias contadas em teatros de fantoches, mas também sensibilizando a comunidade relativamente ao património natural envolvente, com actividades ao ar livre e em contacto com a Natureza que dão a conhecer os espaços e a biodiversidade. “Só protegemos e damos valor àquilo que conhecemos”, diz a presidente da associação, Filipa Coelho, mote que levam no seu trabalho de consciência coletiva que muitas vezes parece mesmo trinta por uma linha pelo envolvimento de tantas áreas diferentes que acabam por se complementar.
Os principais objectivos da associação são a realização de actividades em espaços ao ar livre, dar a conhecer as áreas naturais da região e desenvolver projectos que contribuam para o enriquecimento educativo de comunidades relativamente ao património natural e cultural. Nesse sentido, são orgulhosos participantes de um leque alargado de projectos: Projecto NAPA, ou Ninhos Artificiais para Aves, que consiste na colocação de caixas-ninho em jardins e escolas; Projecto Rios, monitorização bianual de rios, especificamente dois troços no Rio Almonda e no Rio Nabão; Censos de Borboletas Diurnas e Rede de Estações de Borboletas Nocturnas, projectos no âmbito da contagem e conservação das borboletas; Vacaloura.pt, compilação de informação sobre as populações de escaravelhos, especificamente no que toca ao escaravelho vaca-ruiva, existente no Médio Tejo; Inventário e Registo de árvores de grande porte.
Observação de aves e Passeios Interpretativos pela Natureza
Mais regularmente, fazem atividades como o Aqui Há Aves!, observação de aves em jardins urbanos, e os Passeios Interpretativos sobre a Biodiversidade, que reúnem muitos entusiastas. Os passeios permitem “dar a conhecer um pouco melhor os seres vivos que nos rodeiam, identificar a flora e a fauna e desmistificar conceitos negativos associados a algumas espécies, como por exemplo os répteis ou as aves de rapina que por vezes têm uma fama negativa entre os humanos”, diz Filipa Coelho, acrescentando que tentam também “proporcionar um momento relaxante e harmonioso em contacto com a natureza. Ao darmos a conhecer, as pessoas vão identificar-se com essa biodiversidade, com esse património natural, e vão tornar-se guardiãs desse valor natural e vectores de sensibilização para outras pessoas. Assim vamos conseguindo sensibilizar, educar e proteger”, explica.
Dão a conhecer “os ecossistemas como um todo e não apenas as espécies isoladas” para se perceber que “cada ser tem uma função e que é essencial que tudo esteja em equilíbrio. É importante termos noção da necessidade desse equilíbrio, do que depende de nós, humanos, que não somos seres isolados e também estamos dependentes desse sistema estável e equilibrado”, salienta. Mesmo as actividades culturais como o Zé Espantalho, destinadas às crianças e comunidade em geral, incluem referências ao meio ambiente, sustentabilidade e à nossa história comum enquanto comunidade”. Como objectivos da 30Por1Linha, Filipa Coelho aponta a consolidação e o reconhecimento a nível regional no que diz respeito ao enriquecimento educativo das comunidades quanto ao património natural e cultural. “Precisamos de crescer, aumentar o número de sócios, ter mais apoios, conseguir financiamento para os projectos e contratar recursos humanos… Mas contamos a longo prazo ter uma comunidade cada vez mais conhecedora e consciente dos valores naturais que nos rodeiam e conseguir tornar cada cidadão num guardião do património natural e cultural da região”, afirma.