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A Síndrome dos Ovários Poliquísticos afecta cada vez mais mulheres a nível mundial, diminuindo não só as suas probabilidades de conceber quando querem ser mães, mas também provocando, desde tenra idade, os mais variados efeitos no corpo: menstruações irregulares, acne, hirsutismo, queda de cabelo, insulinorresistência. Conviver com SOP não é fácil, especialmente quando a informação sobre ela ainda não é extensa. Para melhor conhecermos esta síndrome, estivemos à conversa com Naiegal Pereira, assistente hospitalar de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

O que é a Síndrome dos Ovários Poliquísticos?

A Síndrome dos Ovários Poliquísticos (SOP) é a condição endocrinológica mais frequente em mulheres em idade fértil. Diagnostica-se com a presença de dois ou mais dos seguintes sinais: oligo/amenorreia; hiperandrogenémia/hiperandogenismo e ovários com características ecográficas de micropoliquísticos. Ou seja, presença de ciclos menstruais irregulares com ausência ou menstruações pouco frequentes, acne ou hirsutismo, alterações hormonais e ovários micropoliquísticos.

Qual a percentagem de mulheres que sofre com esta condição e esse número tem aumentado ao longo dos últimos anos?

A nível mundial, situa-se nos 6-15%.  Tem havido uma incidência crescente quer pelo maior número de diagnósticos quer pela alteração do perfil biofísico da população e do estilo de vida.

Trata-se de uma condição recente ou antigamente não estava diagnosticada?

Não é uma condição recente. Estaria provavelmente sub-diagnosticada e pouco divulgada ou conhecida.

Quais os principais sintomas da Síndrome dos Ovários Poliquísticos?

Os principais sintomas são ciclos menstruais irregulares com ausência ou menstruais pouco frequentes e presença de sinais de virilização como o acne, hirsutismo, alopécia.

Muitas mulheres convivem com a síndrome, mas ela não está diagnosticada porque nem sempre os sintomas são reconhecidos ou no caso de tomarem a pílula desde muito jovens os sintomas acabam mascarados?

Sim. Muitas vezes, o quadro não é diagnosticado porque os sinais/sintomas são mais ligeiros ou porque iniciam a toma da pílula contraceptiva oral combinada (COC) que melhora o quadro. No entanto, quando questionadas, muitas pacientes reconhecem que iniciaram a toma de COC pela presença de alguns dos sinais/sintomas da SOP.

Porque é que a primeira linha de acção dos ginecologistas portugueses no que à SOP diz respeito é a perda de peso? Isto não pode ser um gatilho emocional para as mulheres que sofrem com as alterações de peso?

A SOP está muitas vezes associada à obesidade e insulinorresistência com risco aumentado de diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A perda ponderal é um aspecto importante na melhoria do quadro e uma recomendação não só dos ginecologistas portugueses, como também a nível das sociedades científicas internacionais. A perda de peso melhora o quadro e tem um papel preventivo no desenvolvimento de complicações associadas. Obviamente que deverá ser devidamente acompanhada e associada a uma modificação do estilo de vida.

A forma de lidar com a SOP em Portugal e no estrangeiro é distinta por parte da comunidade médica. Há alternativas como dietas sem glúten e sem lactose e toma de suplemento de inositol que não são recomendadas em Portugal. O conhecimento sobre esta síndrome ainda está atrasado no nosso país?

A abordagem clínica da SOP feita em Portugal é exactamente a mesma feita a nível internacional. As linhas de actuação que conheço não diferem de países da Europa ou dos EUA e da Austrália. As medidas terapêuticas são adequadas ao quadro clínico, à fase da vida e opções da mulher e têm em conta a necessidade de contracepção, desejo reprodutivo e existência de outras alterações como a insulinorresistência. Os estudos sobre a eficácia do inositol no tratamento da SOP são recentes e a sua utilização em Portugal, à semelhança do que acontece noutros países, também é recente. Não estamos atrasados, muito pelo contrário. Relativamente a dietas sem glúten ou lactose, especificamente neste contexto, não tenho conhecimento de estudos que comprovem a sua eficácia quando usadas de forma isolada.

As mulheres com SOP, em termos percentuais, que dificuldade acrescida têm em engravidar face às mulheres que não têm SOP?

A SOP poderá estar associada a algum grau de subfertilidade, na medida em que existe uma oligo/anovulação, ou seja, diminuição/ausência dos ciclos ovulatórios espontâneos, o que se traduz numa maior dificuldade de conceber. São por vezes necessárias medidas farmacológicas que promovam a estimulação/indução da ovulação e, em casos mais difíceis, o recurso a Fertilização in Vitro (FIV).

Em termos emocionais, esta condição tem um forte impacto em quem a carrega consigo? Sentem-se mulheres menores?

A SOP, no contexto da infertilidade, tem, como todas as outras causas de infertilidade, um grande impacto na mulher/casal. No entanto, com uma abordagem mais abrangente, a taxa de sucesso é bastante boa comparativamente a outras causas de infertilidade.

Já houve algum avanço no que diz respeito à descoberta da origem da SOP?

A causa da SOP é multifactorial, ainda não se encontrou um factor único responsável. Causas genéticas, hereditárias, ambientais estarão certamente envolvidas.

Há alguma forma de prevenção? Ou dado que aparece na puberdade, apenas passos para a melhor forma de lidar com os efeitos da síndrome?

A prevenção passa sem dúvida pelo estilo de vida, redução da obesidade, alimentação saudável, combater o sedentarismo e, perante suspeita clínica, recorrer ao médico assistente ou, se possível, a um ginecologista ou endocrinologista.

Naiegal Pereira, assistente hospitalar de Ginecologia e Obstetrícia
do Hospital Beatriz Ângelo,
em Loures

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