A minha história com a pintura surgiu há muito tempo, era eu pequena, preocupava-me com o desenho, as formas, as sensações. A minha mãe recorda esses desenhos aos três anos, segundo consta, muito pouco comuns para uma criança daquela idade. Fui crescendo e comigo cresceu o fascínio pelos museus e pelas viagens que me levavam ao encontro de outros artistas, estímulos, inspirações.
Assim como a grande maioria dos artistas, comecei por procurar um curso que trazia consigo o selo da estabilidade e esse porto seguro encontrei-o na Psicologia. Nada foi em vão, mais tarde percebi que através do tempo investido na Psicologia desenvolvi e recuperei as aprendizagens para a minha expressão artística.
Anos mais tarde, a trabalhar como artista, entrei na Faculdade de Belas Artes do Porto e tirei o curso de Pintura. A sensação de estar novamente num campus universitário foi inexplicável, e desta vez estava a cumprir um sonho. Meses antes, visitava a Galeria do António Franchini, em Cedofeita, onde ele partilhou comigo a sua descoberta enquanto artista e me aconselhou a investir na Pintura. A minha alma despertou, e as lágrimas também, porque finalmente o meu caminho se tornava claro.
Hoje, pinto inspirada pelas mulheres. Mulheres fortes que me transmitem algo, mulheres desconhecidas para mim e desconhecidas entre elas. Mulheres que partilham uma história e um sentimento único. Os papéis que representam: mãe, filha, mulher amiga. Papéis e sentimentos comuns a outras mulheres.
Pintar pessoas e captar sentimentos é a minha paixão. Como qualquer artista, inspiro-me no que sinto e na mensagem que quero transmitir. Nesta fase, fascina-me expressar-me através destas mulheres, dar-me a conhecer através delas. Trago à pintura as cortes fortes e alegres que me caracterizam a mim, mulher.
O que pinto é a forma como vejo a vida: uma grande viagem. Sem fim nem barreiras, diversa em pessoas, cultura e música. Repleta de experiências e recheada de cheiros e cor.
Trabalhos de Teresa Taveira