Composto por uma selecção de obras do artesão João Aquino Antunes, o Museu do Vitral abriu portas na cidade do Porto, junto à Sé, na altura do Verão e o ritmo de visitas “cresce significativamente” a cada dia. Mais de uma centena de obras, entre desenhos, maquetes e vitrais, reúnem o talento e espólio do Atelier Antunes, o mais antigo de Portugal, evidenciando as características e vantagens únicas do vitral em relação a outras artes.
O desejo de João Aquino Antunes de abrir um Museu do Vitral não é recente, nasceu de uma ideia incutida pelo pintor Júlio Resende durante uma conversa entre os dois no Atelier Antunes. Demorou, no entanto, três décadas para que a ideia visse a luz do dia, apenas potenciada pela morte da esposa de João Aquino Antunes, em 2008, que para contrariar a dor decidiu reavivar o sonho guardado.
O Museu do Vitral abriu no dia 30 de Julho deste ano, numa inauguração sem pompa, mas com mais de uma centena de obras escolhidas pelo próprio artesão, entre vitrais tradicionais, painéis decorativos, instalações de arte abstracta e até um caleidoscópio de 400 cores de vidro. O espaço, que recria em parte o estúdio de João Aquino Antunes, inclui ainda esboços e maquetes das obras que pertencem ao espólio do Atelier Antunes, o mais antigo de Portugal, fundado em 1906.
O ritmo de visitas “tem crescido significativamente” num local emblemático da cidade do Porto, a Casa da Vandoma, localizada junto à Sé do Porto. Um local não pensado originalmente pelo artista mas que acabaria por fazer parte dos planos finais. “Houve a oportunidade de adquirirmos o edifício em que hoje se localiza e já com essa finalidade”, conta o sobrinho e afilhado do artista, João Ricardo Dias.
Além das obras de João Aquino Antunes, hoje com 82 anos, a direcção do Museu abre a possibilidade futura da exposição temporária de obras de outros artistas, nas áreas da pintura ou escultura, mas sem querer adiantar data para já. Os visitantes podem, entretanto, apreciar os elementos diferenciadores do vitral como “a pintura sobre o vidro que faz com que essa mesma pintura seja parte integrante do vidro”.
Os trabalhos do pintor e ex-professor de vitral e mosaico, o último de uma sucessão de artesãos do vitral, João Aquino Antunes podem ainda ser vistos em vários edifícios característicos da cidade Invicta, como a Igreja de Santo Ildefonso, a Igreja dos Congregados, a Livraria Lello e o Hotel Infante Sagres. Além disso, estão presentes em igrejas, mosteiros, palácios da justiça, residências particulares, entre outros, em Portugal e no estrangeiro, em países como os EUA, França e Angola.